quinta-feira, 11 de agosto de 2011

JÁ FOI A UM ENCONTRO DE MOTOCICLISTAS?



Parece meio estranho, mas a pergunta é pertinente. Conheço muita gente que nunca foi, ou que já foi e não gostou, achando que são todos iguais. Os populares “encontros de motos” ocorrem em diversas cidades brasileiras, com maior ou menor grau de organização e são sempre muito bem freqüentados. Eu já fui a vários, desde os internacionais (Daytona Bike Week) até encontros variados no Brasil, alguns organizados pelas marcas (BMW ou HOG da Harley-Davidson) outros organizados por empresas de eventos profissionais ou por motoclubes regionais.

Conheço vários motociclistas que são freqüentadores assíduos desses eventos, enquanto outros participam somente quando as condições são muito favoráveis, como um grupo de amigos indo junto aliado com um tempo bom, por exemplo. O fato é que esses eventos, e é isso que eu queria comentar aqui, são populares e, na minha opinião, são mal explorados pelos fabricantes e demais participantes dessa imensa indústria que orbita o setor de motos. Não vou citar nomes nem cidades para não desmerecer o trabalho duro de quem tenta promover esses eventos, mas já fui a alguns deles em boas cidades turísticas (ótimas acomodações, bons restaurantes e alternativas de lazer) que infelizmente não tiveram a divulgação merecida, nem o “show” que os visitantes mereciam ter visto.

O motociclista espera, ao ir a um evento desses, ver as novidades das marcas, comprar acessórios ou vestuário, e talvez até fazer a manutenção da moto, como ocorre com algumas marcas de pneus que montam verdadeiros pit-stops, com bom preços, montagem e balanceamento de rodas. O motociclista também espera ver e reencontrar a divertida “fauna” da sua espécie, ou seja, ver o movimento das pessoas, o desfile de apaixonados por motos e ver as soluções que cada um encontrou para deixar sua moto mais especial. Tudo isso faz parte do show, mas nem sempre acontece assim.

Há eventos com problemas de segurança, roubo de motos, acidentes de trânsito, entre outros problemas organizacionais típicos. Imagine fazer uma cidade pequena receber, de uma hora para outra, milhares de motociclistas e um sem número de visitantes sem o apoio oficial da polícia, da prefeitura, etc.

Também fazem parte desses eventos um bom show de rock, algum show “espetacular” com as tradicionais manobras acrobáticas ou provas de arrancada, enfim, coisas que trazem o sorriso ao rosto do motociclista e enaltece nossas paixões. Conheço vários amigos que levam a família a esses eventos, eles nas motos e as mulheres com os filhos e as bagagens nos carros, tentando aproximar esse mundo apaixonante ao núcleo de sua família. Criança não fica até tarde vendo shows de rock, mas gostam do barulho das motos, dos desfiles, gostam de tirar fotos com os personagens mais estranhos. Ainda acho que falta alguma coisa para elas (e para as esposas) nesses eventos, mas nada me deixa mais triste do que ir a uma cidade esperando encontrar um belo show, mesmo tendo que pagar pela entrada, e acabar encontrando um “churrasco” de amigos precariamente organizado por um motoclube local.

Por causa dessa diversidade de “formatos” de eventos, com o passar dos anos fui selecionado os poucos que participo regularmente. Hoje me limito a três ou quatro por ano, no máximo, todos dentro de um adequado raio de distância da minha casa. Sei que existem outros muito bons por aí, mas a falta de tempo para viagens longas complica um pouco. E tem a questão dos amigos, que nem sempre podem se deslocar para muito longe. E mesmo dentro desse raio de ação limitado, tem muito evento que não vale uma visita. Uma pena.

Perguntei no inicio desse texto se vocês, leitores, já tinham ido a um encontro de motos, e agora pergunto por que alguns eventos não contam com a participação mais assídua da indústria e acabam minguando, perdendo completamente o lado “show” virando apenas mais um “churrasco” de amigos?

Não há uma resposta única, mas conversei com vários personagens importantes desse “mundo de eventos” e encontrei algumas respostas comuns. Os fabricantes, apesar de reconhecerem a importância desses encontros, procuram sempre participar através de uma revenda local em regime de parceira, dividindo custos, e infelizmente ocorrem duas coisas: nem todo fabricante tem um modelo de parceria interessante para a revenda local querer investir e nem toda revenda local tem o perfil que o fabricante gostaria para patrocinar em um evento desses. Quando essas variáveis não casam, o fabricante não aparece.

Os lojistas de acessórios e vestuário alegam que não tem condições de participar de tantos eventos (são centenas por ano), e acabam selecionando somente àqueles que dão melhor retorno. É compreensível, além do custo do estande, há o custo logístico e fiscal de mover toda operação para um local distante, problemas trabalhistas, fraudes em pagamentos, etc. As dificuldades são imensas para esse pequeno empresário, e, se a estratégia comercial não for muito bem feita, a conta não fecha.

Algumas poucas cidades oferecem “museus a céu aberto”, exibindo motos customizadas, motos antigas e raridades típicas de museu. Conversando com esses apaixonados que viabilizam esses shows, de uma forma geral o problema logístico e a relação custo/retorno são os maiores entraves para uma participação mais ativa, e por causa disso, se apresentam só em poucas localidades.

Já os organizadores alegam que nem todas as cidades têm políticas viáveis para a realização desses eventos, e por isso os custos de fazer algo realmente fantástico podem ser proibitivos. São inúmeros problemas, desde pressão dos moradores e pequenos empresários locais até licenças ambientais, passando pelas tradicionais propinas políticas e outros entraves que podem literalmente inviabilizar um evento desses. Já vi dono de pousada dizer que “odeia evento de moto” porque trás um publico que ele não gosta de receber. Imagino que ele tenha suas razões para tal comentário, porque infelizmente não dá pra botar a mão no fogo pela “classe de motociclistas” porque sabemos que há problemas de comportamentos bastante evidentes.

Sinceramente não sei como seria o melhor modelo de gestão para esses eventos, algo que viabilizasse um verdadeiro show para o visitante, seja ele um motociclista solitário ou um pai de família vindo com amigos, esposa e filhos. Só sei que um bom evento de motos é imperdível, pena que sejam tão poucos aqueles realmente bons.



http://bestriders.com.br

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

MINHA MOTO PARADA POR FALTA DE PEÇAS "REFLEXÃO"



Recentemente me vi numa situação por qual passa diuturnamente o motociclista brasileiro, cidadão pagador dos mais altos impostos do planeta que, segundo os fabricantes e concessionários, é a causa pelo alto valor final dos produtos. Aqui um guidão de Yamaha FZ6 custa R$ 150,00, já nos EUA o mesmo guidão original custa US$ 17 (dezessete dólares), o manete aqui custa R$ 130,00, lá custa US$ 8 (oito dólares).

Mas, se não bastasse o alto valor cobrado por uma motocicleta ou por peças de reposição, o maior problema é a inexistência de peças em estoque nas concessionárias.

A lei 6729/79, que regulamenta a relação entre fabricantes e concessionários, em seu artigo 10º determina que o concessionário tenha um estoque de peças de reposição de acordo com o que foi vendido de um determinado produto. E, o artigo 9º, que os pedidos não atendidos no prazo fixado podem ser cancelados pelo concessionário.

Interessante que tanto o artigo 10º quanto o artigo 9º são inócuos, já que no primeiro é facultado ao concessionário limitar seu estoque, e, no segundo, não estipula um prazo para atendimento. Inócuos porque o complemento da lei será dirimido em contrato (concessionário/fabricante) ou em convenção de concessionários cujo acesso o consumidor não terá, mas o Ministério Público, defensor da lei e da ordem, pode ter.

Com isso, quem sai perdendo é o consumidor, que como eu, ficou com uma Yamaha FZ6 N parada na concessionária do dia 25 de abril de 2011 até 11 de maio esperando um reles guidão e um manete de embreagem.
Detalhe: a concessionária me liberou a moto no dia 11, mas sem trocar o guidão que só foi trocado no dia 14 de maio. Aqui a culpa não foi da concessionária, mas da marca, já que só autorizei o pedido pela própria concessionária no dia 03/05, já que tentei por conta própria agilizar a compra das peças, sabendo que pelo tramite normal levaria 10 dias úteis.

Vasculhei São Paulo atrás do guidão original, contatei diretamente a Yamaha, na ânsia de resolver rapidamente minha necessidade e não ficar sem moto, ou melhor, sem minha moto, porque sou um privilegiado e durante os dias que minha moto ficou internada, pude desfrutar de três diferentes modelos e marcas de motocicletas que passaram aqui pela redação.

Se fosse um consumidor comum, só me restaria perder horas num carro ou coletivo, vulgo “busão”, para me locomover para o trabalho e pós-graduação, nessa cidade com o trânsito cada dia mais caótico.

Quero deixar bem claro que não é um problema pontual ou de uma marca específica, mas um problema de mercado.

Há sim uma falta de respeito generalizada, às vezes por culpa e falta de sensibilidade do concessionário e outras por culpa do fabricante, que é incapaz de gerir sua logística para reposição de peças com a mesma competência que se vende um produto.

Independentemente do que se determina na Lei 8078/90 – Código de Defesa do Consumidor, a questão é moral: a marca não pode deixar seu consumidor falando sozinho diante de uma necessidade, não pode demorar a dar atendimento, não pode, em pleno século XXI com a internet agilizando o cotidiano, se falar em 10, 15, 30 dias para repor uma peça. A lei 8078/90 prescreve em 30 dias o prazo para atendimento, o que a meu ver é ridículo, absurdo!
Para o motociclista de final de semana ensolarado, talvez não seja nada, mas, para o motociclista diário é falto de respeito.

Uma marca que leva 30 dias para me atender, certamente não será lembrada quando adquirir minha próxima motocicleta, valendo aquela máxima no setor de duas e quatro rodas: A próxima venda começa na oficina!






terça-feira, 9 de agosto de 2011

CURTAM SUAS MOTOS





Curtam suas motos com coração e razão, aproveitem enquanto não inventam uma LEI idiota que estrague tudo.