Parece meio estranho, mas a pergunta é pertinente. Conheço muita gente que nunca foi, ou que já foi e não gostou, achando que são todos iguais. Os populares “encontros de motos” ocorrem em diversas cidades brasileiras, com maior ou menor grau de organização e são sempre muito bem freqüentados. Eu já fui a vários, desde os internacionais (Daytona Bike Week) até encontros variados no Brasil, alguns organizados pelas marcas (BMW ou HOG da Harley-Davidson) outros organizados por empresas de eventos profissionais ou por motoclubes regionais.
Conheço vários motociclistas que são freqüentadores assíduos desses eventos, enquanto outros participam somente quando as condições são muito favoráveis, como um grupo de amigos indo junto aliado com um tempo bom, por exemplo. O fato é que esses eventos, e é isso que eu queria comentar aqui, são populares e, na minha opinião, são mal explorados pelos fabricantes e demais participantes dessa imensa indústria que orbita o setor de motos. Não vou citar nomes nem cidades para não desmerecer o trabalho duro de quem tenta promover esses eventos, mas já fui a alguns deles em boas cidades turísticas (ótimas acomodações, bons restaurantes e alternativas de lazer) que infelizmente não tiveram a divulgação merecida, nem o “show” que os visitantes mereciam ter visto.
O motociclista espera, ao ir a um evento desses, ver as novidades das marcas, comprar acessórios ou vestuário, e talvez até fazer a manutenção da moto, como ocorre com algumas marcas de pneus que montam verdadeiros pit-stops, com bom preços, montagem e balanceamento de rodas. O motociclista também espera ver e reencontrar a divertida “fauna” da sua espécie, ou seja, ver o movimento das pessoas, o desfile de apaixonados por motos e ver as soluções que cada um encontrou para deixar sua moto mais especial. Tudo isso faz parte do show, mas nem sempre acontece assim.
Há eventos com problemas de segurança, roubo de motos, acidentes de trânsito, entre outros problemas organizacionais típicos. Imagine fazer uma cidade pequena receber, de uma hora para outra, milhares de motociclistas e um sem número de visitantes sem o apoio oficial da polícia, da prefeitura, etc.
Também fazem parte desses eventos um bom show de rock, algum show “espetacular” com as tradicionais manobras acrobáticas ou provas de arrancada, enfim, coisas que trazem o sorriso ao rosto do motociclista e enaltece nossas paixões. Conheço vários amigos que levam a família a esses eventos, eles nas motos e as mulheres com os filhos e as bagagens nos carros, tentando aproximar esse mundo apaixonante ao núcleo de sua família. Criança não fica até tarde vendo shows de rock, mas gostam do barulho das motos, dos desfiles, gostam de tirar fotos com os personagens mais estranhos. Ainda acho que falta alguma coisa para elas (e para as esposas) nesses eventos, mas nada me deixa mais triste do que ir a uma cidade esperando encontrar um belo show, mesmo tendo que pagar pela entrada, e acabar encontrando um “churrasco” de amigos precariamente organizado por um motoclube local.
Por causa dessa diversidade de “formatos” de eventos, com o passar dos anos fui selecionado os poucos que participo regularmente. Hoje me limito a três ou quatro por ano, no máximo, todos dentro de um adequado raio de distância da minha casa. Sei que existem outros muito bons por aí, mas a falta de tempo para viagens longas complica um pouco. E tem a questão dos amigos, que nem sempre podem se deslocar para muito longe. E mesmo dentro desse raio de ação limitado, tem muito evento que não vale uma visita. Uma pena.
Perguntei no inicio desse texto se vocês, leitores, já tinham ido a um encontro de motos, e agora pergunto por que alguns eventos não contam com a participação mais assídua da indústria e acabam minguando, perdendo completamente o lado “show” virando apenas mais um “churrasco” de amigos?
Não há uma resposta única, mas conversei com vários personagens importantes desse “mundo de eventos” e encontrei algumas respostas comuns. Os fabricantes, apesar de reconhecerem a importância desses encontros, procuram sempre participar através de uma revenda local em regime de parceira, dividindo custos, e infelizmente ocorrem duas coisas: nem todo fabricante tem um modelo de parceria interessante para a revenda local querer investir e nem toda revenda local tem o perfil que o fabricante gostaria para patrocinar em um evento desses. Quando essas variáveis não casam, o fabricante não aparece.
Os lojistas de acessórios e vestuário alegam que não tem condições de participar de tantos eventos (são centenas por ano), e acabam selecionando somente àqueles que dão melhor retorno. É compreensível, além do custo do estande, há o custo logístico e fiscal de mover toda operação para um local distante, problemas trabalhistas, fraudes em pagamentos, etc. As dificuldades são imensas para esse pequeno empresário, e, se a estratégia comercial não for muito bem feita, a conta não fecha.
Algumas poucas cidades oferecem “museus a céu aberto”, exibindo motos customizadas, motos antigas e raridades típicas de museu. Conversando com esses apaixonados que viabilizam esses shows, de uma forma geral o problema logístico e a relação custo/retorno são os maiores entraves para uma participação mais ativa, e por causa disso, se apresentam só em poucas localidades.
Já os organizadores alegam que nem todas as cidades têm políticas viáveis para a realização desses eventos, e por isso os custos de fazer algo realmente fantástico podem ser proibitivos. São inúmeros problemas, desde pressão dos moradores e pequenos empresários locais até licenças ambientais, passando pelas tradicionais propinas políticas e outros entraves que podem literalmente inviabilizar um evento desses. Já vi dono de pousada dizer que “odeia evento de moto” porque trás um publico que ele não gosta de receber. Imagino que ele tenha suas razões para tal comentário, porque infelizmente não dá pra botar a mão no fogo pela “classe de motociclistas” porque sabemos que há problemas de comportamentos bastante evidentes.
Sinceramente não sei como seria o melhor modelo de gestão para esses eventos, algo que viabilizasse um verdadeiro show para o visitante, seja ele um motociclista solitário ou um pai de família vindo com amigos, esposa e filhos. Só sei que um bom evento de motos é imperdível, pena que sejam tão poucos aqueles realmente bons.
Conheço vários motociclistas que são freqüentadores assíduos desses eventos, enquanto outros participam somente quando as condições são muito favoráveis, como um grupo de amigos indo junto aliado com um tempo bom, por exemplo. O fato é que esses eventos, e é isso que eu queria comentar aqui, são populares e, na minha opinião, são mal explorados pelos fabricantes e demais participantes dessa imensa indústria que orbita o setor de motos. Não vou citar nomes nem cidades para não desmerecer o trabalho duro de quem tenta promover esses eventos, mas já fui a alguns deles em boas cidades turísticas (ótimas acomodações, bons restaurantes e alternativas de lazer) que infelizmente não tiveram a divulgação merecida, nem o “show” que os visitantes mereciam ter visto.
O motociclista espera, ao ir a um evento desses, ver as novidades das marcas, comprar acessórios ou vestuário, e talvez até fazer a manutenção da moto, como ocorre com algumas marcas de pneus que montam verdadeiros pit-stops, com bom preços, montagem e balanceamento de rodas. O motociclista também espera ver e reencontrar a divertida “fauna” da sua espécie, ou seja, ver o movimento das pessoas, o desfile de apaixonados por motos e ver as soluções que cada um encontrou para deixar sua moto mais especial. Tudo isso faz parte do show, mas nem sempre acontece assim.
Há eventos com problemas de segurança, roubo de motos, acidentes de trânsito, entre outros problemas organizacionais típicos. Imagine fazer uma cidade pequena receber, de uma hora para outra, milhares de motociclistas e um sem número de visitantes sem o apoio oficial da polícia, da prefeitura, etc.
Também fazem parte desses eventos um bom show de rock, algum show “espetacular” com as tradicionais manobras acrobáticas ou provas de arrancada, enfim, coisas que trazem o sorriso ao rosto do motociclista e enaltece nossas paixões. Conheço vários amigos que levam a família a esses eventos, eles nas motos e as mulheres com os filhos e as bagagens nos carros, tentando aproximar esse mundo apaixonante ao núcleo de sua família. Criança não fica até tarde vendo shows de rock, mas gostam do barulho das motos, dos desfiles, gostam de tirar fotos com os personagens mais estranhos. Ainda acho que falta alguma coisa para elas (e para as esposas) nesses eventos, mas nada me deixa mais triste do que ir a uma cidade esperando encontrar um belo show, mesmo tendo que pagar pela entrada, e acabar encontrando um “churrasco” de amigos precariamente organizado por um motoclube local.
Por causa dessa diversidade de “formatos” de eventos, com o passar dos anos fui selecionado os poucos que participo regularmente. Hoje me limito a três ou quatro por ano, no máximo, todos dentro de um adequado raio de distância da minha casa. Sei que existem outros muito bons por aí, mas a falta de tempo para viagens longas complica um pouco. E tem a questão dos amigos, que nem sempre podem se deslocar para muito longe. E mesmo dentro desse raio de ação limitado, tem muito evento que não vale uma visita. Uma pena.
Perguntei no inicio desse texto se vocês, leitores, já tinham ido a um encontro de motos, e agora pergunto por que alguns eventos não contam com a participação mais assídua da indústria e acabam minguando, perdendo completamente o lado “show” virando apenas mais um “churrasco” de amigos?
Não há uma resposta única, mas conversei com vários personagens importantes desse “mundo de eventos” e encontrei algumas respostas comuns. Os fabricantes, apesar de reconhecerem a importância desses encontros, procuram sempre participar através de uma revenda local em regime de parceira, dividindo custos, e infelizmente ocorrem duas coisas: nem todo fabricante tem um modelo de parceria interessante para a revenda local querer investir e nem toda revenda local tem o perfil que o fabricante gostaria para patrocinar em um evento desses. Quando essas variáveis não casam, o fabricante não aparece.
Os lojistas de acessórios e vestuário alegam que não tem condições de participar de tantos eventos (são centenas por ano), e acabam selecionando somente àqueles que dão melhor retorno. É compreensível, além do custo do estande, há o custo logístico e fiscal de mover toda operação para um local distante, problemas trabalhistas, fraudes em pagamentos, etc. As dificuldades são imensas para esse pequeno empresário, e, se a estratégia comercial não for muito bem feita, a conta não fecha.
Algumas poucas cidades oferecem “museus a céu aberto”, exibindo motos customizadas, motos antigas e raridades típicas de museu. Conversando com esses apaixonados que viabilizam esses shows, de uma forma geral o problema logístico e a relação custo/retorno são os maiores entraves para uma participação mais ativa, e por causa disso, se apresentam só em poucas localidades.
Já os organizadores alegam que nem todas as cidades têm políticas viáveis para a realização desses eventos, e por isso os custos de fazer algo realmente fantástico podem ser proibitivos. São inúmeros problemas, desde pressão dos moradores e pequenos empresários locais até licenças ambientais, passando pelas tradicionais propinas políticas e outros entraves que podem literalmente inviabilizar um evento desses. Já vi dono de pousada dizer que “odeia evento de moto” porque trás um publico que ele não gosta de receber. Imagino que ele tenha suas razões para tal comentário, porque infelizmente não dá pra botar a mão no fogo pela “classe de motociclistas” porque sabemos que há problemas de comportamentos bastante evidentes.
Sinceramente não sei como seria o melhor modelo de gestão para esses eventos, algo que viabilizasse um verdadeiro show para o visitante, seja ele um motociclista solitário ou um pai de família vindo com amigos, esposa e filhos. Só sei que um bom evento de motos é imperdível, pena que sejam tão poucos aqueles realmente bons.
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