quarta-feira, 24 de agosto de 2011

ORGULHO E PRECONCEITO



Caros companheiros de jornada, usuários de veículos de duas rodas, blogueiros, amigos, gente diversa e versada em discutir sobre usar e comprar motocicletas, e sobre relacionamento em grupo.

Sempre me pergunto porque tanta gente se ocupa em taxar e acusar outras pessoas, tomando como referência sua própria visão de mundo. Só porque você não concorda ou não acredita em algo, não significa que outra pessoa com o mesmo nível intelectual (ou mesmo financeiro) não possa.


No meio moto ciclístico, ao qual tenho voltado minha atenção ultimamente por fazer parte dele, é como todos os outros agrupamentos: nós de dentro temos uma visão, os outros, de fora, uma visão diferente.


Digo diferente, porque entendo que cada pessoa enxerga o mundo de um jeito, seu, único, particular. Daqui do alto do banco da minha motocicleta, posso entender que as pessoas achem que andar sobre duas rodas é algo extremamente perigoso. Entendo e até admito que alguns de nós tornamos o pilotar uma atitude perigosa. Mas existem negligentes em todas as áreas, ou ninguém nunca ouviu falar de “erro médico a terra cobre”?


Parafraseando o grande José Saramago, “todo pássaro come trigo mas só o pardal que tem a má fama”, existem motoristas barbeiros desde a invenção das carruagens, mas só os motociclistas é que são pilotos imprudentes, marginais, “cachorros-loucos” causadores de acidentes?


Cheguei atrasado no trabalho devido ao choque de três veículos, todos de quatro rodas. Então, não dá para culpar e punir apenas os condutores de motocicletas, partindo do principio de que todos podemos prevenir e até evitar um acidente. Mas o senso comum consegue conferir mais características negativas para contribuir com o preconceito da população em relação a nós motociclistas.


Um trabalho feito em parceria com as escolas de ensino fundamental, de pintura dos muros para cobrir a pichação e o vandalismo, foi recentemente confundido com “apologia a violência” e tentou, sem sucesso, denegrir a imagem de um Moto Clube. Sem conhecimento e totalmente despreparado para criticar que quer que seja, foi sumariamente desmentido pela Secretaria de educação, após muitos protestos de nossos companheiros.


Coisas assim são comuns. Notemos que as pessoas perdem tempo em criticar as características pessoais e não profissionais. Por exemplo, sempre questionam a vida privada dos artistas, mas não se questionam se o trabalho deles influencia negativa ou positivamente a educação infantil.
Enfim, são atitudes como essa que demonstram como a educação no Brasil deve melhorar. Quem não tem conhecimento não tem perspectivas.




Quanto a mim, eu ando em bando enquanto puder andar.




TEXTO: Joel Gomes – Colaborador do KCLA facção Recife.

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